Tenho 25 anos, de sonho e de sangue, e de América do Sul

Por sorte, duas ou três pessoas vão entender minha referência musical, aos outros, ainda há tempo.

Sei que isso deveria ser um blog de viagens, mas ele ainda é meu, então eu posto o que eu quiser :)

Este é como um daqueles textos de facebook que as pessoas colocam uma foto e fazem agradecimentos sobre a vida. Só não vai ter a foto, então peço que vocês me imaginem fazendo uma das minhas 93873 expressões, ao seu agrado.

Nasci na temporada das flores, e quem me conhece sabe que o meu aniversário é sempre um evento. Sempre fiz o maior alarde dias, semanas, antes dele. Por quê? Não sei! Acho que é uma tentativa de afirmar pra mim mesma que minha existência é relevante e me sentir especial uma vez por ano. Por sorte, sempre tive junto comigo pessoas que me fazem sentir assim.

¼ de um século! Parece bastante tempo né? E ao mesmo tempo parece que comecei a viver agora. Quando era criança só conseguia planejar a minha vida até os 23, depois disso já parecia tempo demais, rs.

Esse final de semana foi o segundo dia do ENEM, o qual fui especificamente para me deliciar com as 45 questões de matemática -com sorte acertei algumas- esse combo-ENEM/aniversário/25anos- e todas as cobranças que a gente se faz durante a vida me fez pensar sobre várias coisas que pensamos e debatemos em rodas de amigos, redes sociais e almoços em família há tanto tempo e parece que só andamos em círculos: qual o tempo certo para viver? Parece até uma pergunta complexa e filosófica né? Mas a gente faz isso todos os dias, com a gente, e com todos ao nosso redor. A gente criou um cronograma ridículo e superestimado do que devemos fazer ao longo da vida sendo que a gente muitas vezes nem sabe por que tá vivendo.

Nós e essa ideia (que não sei de onde saiu) de que tem que saber o que vai fazer o resto da vida aos 17 anos (às vezes antes), se formar aos 21, ter um bom emprego, casa, carro, casar e ter filhos antes dos 30, como se a vida acabasse aos 35. E o resto da vida, gente???? A gente não aprende nem a respeitar os nossos limites e sai atropelando tudo... Deixando de fazer coisas porque acha que "já passou o tempo", ou se sentindo mal por fazer. Mas que tempo????  O tempo tem duração relativa, será mesmo que precisa ser igual ao de todo mundo? Se a gente não tem sequer as impressões digitais repetidas, porque diabos a minha vida tem que seguir o tempo de outras pessoas? Acho que a gente precisa ir na contramão disso todos os dias, e rebater toda expectativa alheia que não condiz com o que a gente é/quer ser. 

Sei que assim falando pensas que esse desespero é moda em 93, mas o que quero dizer, meus amigos,  é que estou aqui com 25 anos, agora me sentindo jovem porque estou à beira dos 26,  ainda precisando do cuidado dos meus pais enquanto escolho o vestido pro casamento da minha amiga, pensando na minha tese de doutorado enquanto penso em mais uma festa do pijama, não me achando responsável pra cuidar de um gato enquanto os filhos das minhas amigas já estão na escola. Juntando dinheiro pra viajar e ir a shows enquanto "deveria" estar juntando pra comprar um carro.

Estou absolutamente grata por tudo que vivi até aqui, sabendo que já fiz mais do que jamais imaginei, e tão pouco perto do que ainda quero. Sentindo em cada mínimo detalhe a miudeza e grandeza da minha existência, e tentando me convencer todos os dias que o tempo é relativo. Lembrando sempre que é a minha vida, sabe? "se não sou eu quem mais vai decidir o que é bom pra mim? Dispenso a previsão". Então não estranhem se me encontrarem aos 40 com o joelho ralado de uma queda de patins ou ensinando numa universidade com o cabelo rosa. "Se o que eu sou é também o que eu escolhi ser aceito a condição".

E o que eu quero da vida? Não sei! Continuo aqui, conflitando com mais um dos meus dilemas existenciais: achando que preciso fazer algo grandioso para o mundo vs o mundo continuará sendo o mundo apesar de mim. 

O que eu sei é que estamos na primavera, a minha 26º primavera, que não precisa de mim pra ser o que é, porque é o seu tempo. E quando havia ela de vir senão no seu tempo?

Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo. E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.

Até!

P.s. vejam os links :)